Resumo e conclusão

Resumo das alterações e conclusão

Resumo

Os principais efeitos do Covid-19 são …

  • um enorme impulso de alterações. Muitas das alterações já foram iniciadas antes da crise do Covid-19, mas a sua implementação estava planeada para as próximas décadas.
  • uma aceleração de adaptação. Speed is king: as empresas que se adaptam mais rapidamente às novas exigências são as vencedoras.
  • uma aceleração da digitalização e virtualização: IA, novas experiências de RV, live streaming para empresas e entretenimento. A digitalização em curso vira a sociedade ao contrário, especialmente a classe média e a economia. Empresas sem um alto nível de processos digitalizados perdem rapidamente competitividade.
  • uma aceleração de “services on demand”, particularmente serviços de entrega e força de trabalho.
  • um forte incremento da vídeo-comunicação, quer internamente na empresa, quer externamente para fins de marketing e na vida pessoal e social.
  • uma desaceleração da globalização. Local is hero. A tendência é a procura e a troca de recursos na comunidade. Para o dia-a-dia do cidadão, o bom funcionamento da comunidade local será geralmente mais importante do que o funcionamento do sistema nacional ou internacional. Maior enfoque nos produtos e serviços nacionais, nomeadamente na área da alimentação e turismo. Menos viagens internacionais, mas mais contatos virtuais.
  • a distribuição direta de produtores regionais aumentará. Este é um reforço de uma tendência já existente antes da pandemia.
  • uma desaceleração do consumo. Small is beautiful. A embriaguez do consumismo das últimas décadas chegou ao fim. O consumidor volta ao básico. Está mais prudente e compra o que realmente precisa. Isso significa mais poupanças.
  • uma reavaliação de coisas importantes na vida. Verifica-se uma maior reflexão sobre o que realmente importa para cada pessoa. O que é sucesso? Quais são os meus objetivos na vida, qual é a minha missão? Devo tornar-me um dia na pessoa mais rica do mundo, ou considero-me bem-sucedido por ter investido tempo e dinheiro na educação de filhos saudáveis, curiosos e autoconfiantes? Em última análise, a definição de sucesso é sempre uma questão pessoal, de acordo com os critérios de cada indivíduo. Todavia, os valores humanos, em conjunto com a saúde, a família e os amigos ganharam importância na crise Covid-19. Trabalhar para ter uma estabilidade financeira continuará a ser sempre importante, mas o trabalho numa determinada empresa tornou-se menos importante.

Conclusão

A crise está a destruir empresas, a causar a perda de muitos empregos e a fazer sofrer muita gente. O Covid-19 causará encargos gigantescos com dívidas de governos, de empresas e de pessoas privadas, que poderão não ser resolvidos na próxima década, mas provavelmente serão empurrados para a próxima geração.

Apesar de todas essas adversidades, o mundo não irá, nem poderá voltar ao ANTIGO NORMAL. Não devemos pensar: “Vou ficar abrigado até que a tempestade passe, tentando entretanto minimizar os danos da melhor forma possível. Depois tentarei restabelecer a normalidade”. Não se deve encarar a crise como algo meramente temporário. Utilize-a antes para implementar alterações corajosas.

É claro que no #postcovidworld iremos certamente reativar velhos hábitos e rotinas diárias (e ainda bem!). Ao mesmo tempo, temos a oportunidade de reiniciar e corrigir muitas coisas que estavam completamente erradas na velha economia, nomeadamente no que diz respeito à agricultura industrial (monoculturas) e à produção alimentar industrial, ou ao uso de energia. Todos sabemos que devido à atividade humana, o nosso planeta está doente. Devemos caminhar rapidamente para a emissão NET ZERO. Assim, a melhor estratégia de preparação do futuro é enfrentar os factos e ajustar-se à nova realidade e às novas tendências.

A boa notícia é: enquanto houver pessoas neste planeta, a procura continuará a existir. As necessidades humanas persistirão sempre. Portanto, as únicas questões são: Que empresas têm a necessária liquidez para conseguir enfrentar a falta de receita durante a crise, e que empresas conseguem adaptar-se às exigências da nova procura? De cada crise surgiram muitas empresas “game-changers”, algumas delas mudaram o mundo.

A pandemia não veio para ficar. Vai passar. Qualquer que seja a decisão da empresa em relação ao “voltar ao normal”, a alteração das medidas de urgência atuais deve ser processada de forma bem refletida, progressiva, organizada e segura. Para tal, a empresa precisa de uma visão clara para onde vai e onde quer chegar.

Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.
(Alvin Toffler)