O NOVO NORMAL para a empresa
Trabalho remoto
… também designado
WfH (Work from Home) / Home office / Working together apart
Como vamos trabalhar no futuro?
Muitas empresas estavam tecnicamente preparadas para o trabalho a partir da casa, mas a maioria delas adiou alterações mais proeminentes a este nível. Durante a pandemia, porém, foram forçadas a mudar do dia para a noite, e constataram: Funciona! Embora muitos de nós tenhamos começado a fazer videochamadas com fundos ridículos e em ambientes barulhentos, o mais importante é que pelo menos começámos.
A pandemia forçou-nos a fazer este mind-shift. O trabalho remoto também tem o efeito de diminuir os custos da empresa devido a uma menor necessidade de espaço de escritório.
Assim, chegou o fim do modelo “escritório na empresa”, que teve o seu pico após um crescimento exponencial do setor terciário depois da segunda guerra mundial, quando em muitos países dois terços da população ativa trabalhava num escritório físico. Isso representa uma grande mudança cultural. A forma de trabalhar da empresa do futuro será, com certeza, diferente.
Para começar, a empresa deve questionar-se: Qual é o papel do escritório? E qual o de uma sede?
As sondagens de muitas empresas acerca do futuro do trabalho remoto mostram as mesmas respostas: Ninguém quer voltar a trabalhar a 100% no escritório e ninguém quer trabalhar a 100% a partir de casa. Portanto, não há dúvida de que o modelo de trabalho do futuro universalmente aspirado é o modelo híbrido, ou seja, um trabalho parcialmente remoto e parcialmente no escritório. O desafio em 2021 para cada empresa será definir o equilíbrio certo entre essas duas partes.
Muitos trabalhadores descobriram que trabalhar em casa significa uma melhoria de vida. Sem perda de tempo nas horas de ponta, mais flexibilidade na gestão do tempo, mais tempo para a família e mais liberdade relativamente a exigências formais.
Porém, apesar dessas melhorias com o trabalho remoto, queremos manter uma parte em escritório porque precisamos da interação com outras pessoas. Gostamos da conversa informal e de brincadeiras nos encontros espontâneos ao pé da máquina de café. Procuramos mentores em colegas experientes. Partilhamos informações pessoais numa conversa cara a cara com amigos de confiança da empresa. Utilizamos gestos e linguagem corporal para exprimir os nossos sentimentos.
Uma videochamada simplesmente não pode transmitir tudo isso. Portanto, é importante que nos encontremos fisicamente de vez em quando, sob risco de ficarmos improdutivos e doentes. Os encontros físicos fortalecem uma identidade comum e a troca de experiências, além de transmitirem inspiração e confiança.
Durante a pandemia, houve ainda empresas que estabeleceram o trabalho em turnos, estando assim alinhadas com a ideia laboral híbrida, ou seja, durante a manhã está uma equipa presente, a tarde outra.
Trabalhar em casa também significa uma mudança completa das “horas de trabalho” para “trabalhar por resultados”. Isso requer não só a confiança entre empregador e empregado, mas também que as pessoas realmente acreditem nos objetivos da empresa.
O tecido empresarial reconhece mais flexibilidade e agilidade no modelo de trabalho à distância e até um aumento de eficiência por parte dos colaboradores. As reuniões da empresa passaram de FOMO (Fear of missing out) a JOMO (Joy of missing out), ou seja, as pessoas organizam-se para cumprir as suas partes sem tempo de presença passiva ou vazia, empregando maior foco nos temas essenciais.
Um modelo popular é o home office em combinação com espaços de co-working, usados atualmente por muitos trabalhadores independentes. Várias empresas podem utilizar o mesmo espaço de escritório em simultâneo. Existe uma máquina de café comum, existem salas de reuniões, e até, eventualmente, um ginásio.
Conclusão: Vale a pena e é até necessário investir num home office bom e profissional. Mesmo para os tempos depois da crise. As empresas devem apoiar os empregados nessa tarefa. O modelo de trabalho remoto veio para ficar, pelo menos numa fórmula híbrida. Portanto, as empresas devem repensar o seu espaço de escritório e ter a coragem para se adaptar às necessidades da nova realidade. Com o tempo, esses investimentos serão compensados com custos fixos mais baixos, especialmente para despesas de escritório.
Para leaders/CEO’s
No NOVO NORMAL, o mercado e a procura continuarão a existir.
A única questão é: Quem poderá fornecer os novos produtos / serviços? Os vencedores serão as empresas mais flexíveis e que se adaptam à nova realidade, nomeadamente às novas necessidades dos clientes.
Adapte-se
Ser inteligente atualmente, significa pôr em prática para a sua empresa a afirmação de Darwin sobre sobrevivência: Não é o mais inteligente, nem o mais forte, nem o maior que vencerá a luta pela sobrevivência, mas sim aquele que sabe adaptar-se às mudanças mais rapidamente e melhor.
- Uma citação de Neil Rimer (Index Ventures): A adversidade constrói e mostra o caráter real. A crise aguça a mente.
- Brad Smith (presidente da Microsoft): A história prova que a complacência é o maior perigo para uma empresa, o que também será aplicável depois da crise. Precisa-se de conquistar a sua licença para trabalhar e servir o cliente todos os dias.
Após a recuperação (dos impactos da pandemia), temos de passar rapidamente à descoberta (after recovery pass on to discovery), adaptando-nos às novas exigências do mercado.
“2020 was the year of the biggest digital training course in human history” (Steven Van Belleghem).
Planeie
A pandemia tornou o cronograma de planeamento muito mais curto. Isso não significa que a visão geral da empresa mude. Porém, deve-se ter em consideração que as fases de planeamento para os objetivos, por etapas, são agora muito mais curtas.
Speed up
Speed is king: Num ambiente de rápidas alterações, a empresa não precisa de ter o melhor produto. Em vez disso, deve ambicionar ser mais rápida que a concorrência na entrega do produto/serviço requerido pelo cliente (Jack Ma, Alibaba).
Acelere com o Digital Lean Management. “Livre-se do exército de project managers e do número infinito de definições de processo”. Veja a história da CI&T quando introduziram o Digital Lean Management, tornando a empresa mais ágil por meio do Lean Thinking.
- Os líderes, e não os gestores TI, têm um papel crucial na implementação bem-sucedida da digitalização. Todavia, esta só será bem-sucedida quando se utiliza um método de trabalho muito colaborativo, onde todos se sintam à vontade para apresentar as suas ideias. O líder deve orientar a equipa nesse processo, tendo ao mesmo tempo consciência de que uma pirâmide hierárquica de comando é inútil para atingir esse objetivo.
Digitalize
A questão não é: qual tecnologia usaremos em 2030? Os líderes não devem ter debates sobre o tipo de tecnologia. A questão é: como será o comportamento do cliente em 2030? Qual será a expectativa deste de um determinado serviço ou produto? Primeiro vem a visão (essa é a tarefa do líder) e, em segundo lugar, a tecnologia para tornar a visão real (essa é a tarefa da equipa de TI).
Steve Jobs nunca se importou com a tecnologia. Mais bytes e mais velocidade nunca foram as suas linhas de orientação. Numa época em que todos utilizávamos o telemóvel apenas para fazer chamadas, Steve Jobs anunciou: “O iPhone é a nossa vida no bolso”. Naquela altura, não entendíamos bem o que ele queria dizer. Mas agora entendemos. Tinha a visão e conseguiu completamente envolver seus engenheiros para tornar essa visão realidade. “Comece com a experiência do cliente e depois trabalhe da frente para trás” (Steve Jobs). Apesar de ser fanático por tecnologia, nunca se esqueceu de que se trata sempre do cliente.
No intenso processo de digitalização atualmente em curso, os líderes não devem perder-se em questões de tecnologia, mas sim alinhar toda a sua organização em torno do propósito fundamental da empresa: satisfazer às necessidades atuais e futuras dos clientes.
Percebemos então que a crise imposta pela pandemia exige uma “mente startup” por parte dos líderes da empresa; este precisa de ter o foco que define um empreendedor que inicia o seu negócio. Isso significa: tudo é possível. Vamos ver como podemos executar e implementar esse procedimento/ideia/… . E este princípio é também aplicável aos líderes de grandes empresas.
Time management
Obviamente, qualquer líder deve ter uma gestão de tempo rigorosa e deve utilizar as adequadas ferramentas para atingir esse objetivo. No entanto, não pense principalmente no seu tempo.
Pense no tempo do seu cliente. É o recurso mais escasso e, portanto, o mais valioso que este possui. Há duas coisas que pode fazer com o tempo do seu cliente: (1) Pode ajudá-lo poupar tempo e (2) pode melhorar a qualidade do tempo dele (torná-lo mais relevante e mais divertido).
Para poupar tempo aos clientes, deve eliminar processos ineficientes. Assim, o cliente tem uma experiência fácil e conveniente quando disposto a comprar os seus produtos/serviços. Se essa experiência não for apenas agradável, mas também fixe e divertida, o cliente estará certamente de volta com mais frequência para encomendar da vossa empresa.
Communique
As videochamadas transmitem as mensagens com uma expressão e intensidade distintas do que uma conversa cara-a-cara. Por um lado, a falta de linguagem corporal e de gestos tornam mais difícil para as pessoas classificarem naturalmente as informações recebidas. Qual é a importância deste assunto? Como devo priorizá-lo?
Por outro lado, no escritório remoto, o recetor da informação distrai-se mais facilmente. Pensamentos comuns: “Como o microfone está no modo mute, vou aproveitar para dar ainda um recado aos meus filhos.” Por isso mesmo, enquanto líder, em modo de videoconferência deve “sobrecomunicar” as coisas importantes. “Sobrecomunicar” significa dizer repetidamente coisas importantes até que tenha a certeza de que a mensagem foi transmitida e compreendida. Isso não significa, porém, que os funcionários sejam bombardeados com videochamadas. Por “sobrecomunicar” entende-se ser-se muito claro acerca das prioridades.
Os limites da comunicação digital, juntamente com a mentalidade da nova geração, implicam que os líderes tenham de explicar mais o racional das suas decisões.
Em vez de comunicar por e-mail com sua equipa, enchendo-lhe a caixa de entrada dia após dia, considere ferramentas de comunicação baseadas em canais mais simples e flexíveis, como o Slack, https://slack.com/intl/en-pt/.
São também fundamentais dois conceitos (mais em voga que nunca): reunião síncrona e reunião assíncrona. No novo ambiente de trabalho, a direção da empresa deve fazer uma distinção clara entre estes dois formatos. Peça apenas trabalho síncrono (como através de videoconferências) quando considere indispensável. Caso contrário, registe a mensagem e o colaborador poderá consultá-la durante o dia quando lhe for mais conveniente.
Muitas vezes, um minuto de introdução com perguntas sobre o bem-estar de todos, das famílias ou uma troca de ideias sobre como enfrentar alguns desafios da pandemia relaxa a equipa. Depois, foca-se nas questões do trabalho.
Qual é a missão?
As pessoas querem trabalhar em boas empresas. Querem contribuir num projeto business for better. Principalmente nesses tempos, os líderes devem garantir, com mais comunicação do que o normal, que todos na organização entendam por que e como a sua empresa contribui para a sociedade.
Neste mundo em rápida mudança, capacitar as pessoas a acreditar nas suas aptidões e ideias é mais importante do que nunca. Certifique-se de que lhes dá tudo o que os seus colaboradores necessitam para se organizarem bem e serem criativos.
Outro aspeto considerado fulcral é o de institucionalizar na empresa a análise conjunta do feedback dos clientes, que são a fonte de informação mais importante para uma empresa. De acordo com os relatos obtidos, muitas empresas estabelecem cada vez mais mesas redondas fixas (por exemplo uma vez/mês) com clientes e os representantes de todos os departamentos para analisar os seus feedbacks. Em última análise, isso ajuda a garantir que todos na empresa entendam melhor as razões pelas quais as eventuais mudanças serão feitas.
O Covid-19 não apenas ampliou o alcance geográfico em termos de marketing, mas também no que se refere à colaboração. As empresas podem escalar mais facilmente e trabalhar com equipas internacionais em qualquer tipo de projeto que tenham em mãos.
ad hoc Teams internacionais
Algumas estabeleceram um sistema de “Pacotes de Trabalho/Work Packages” com “Grupos de Soluções/Solution Groups”. Um “Pacote de Trabalho” é um projeto lançado para resolver um problema específico. Um “Grupo de Soluções” é uma equipa ad hoc internacional, composta por pessoas da mesma empresa ou por parceiros externos. Todos eles podem estar baseados em países diferentes. A liderança da equipa é flexível, geralmente alternando entre 3-4 pessoas. Desta maneira, todos a nível mundial, podem contribuir para um determinado projeto. Essa colaboração internacional economiza custos ao reduzir os recursos aplicados de cada filial e impulsiona a inovação dentro do grupo.
Cuide
Esteja ciente de que nas novas condições de trabalho remoto, os seus funcionários podem enfrentar desafios de saúde mental. Em casa, nem todos têm a autodisciplina e a estrutura para manter os seus dias eficientes, durante muitos meses consecutivos.
Os indivíduos que não têm família podem sentir-se sozinhos ou até abandonados neste novo contexto. Há um número crescente de relatos de tais situações.
Embora no meio da crise as questões financeiras se tornem dominantes, mostre à sua equipa, como líder, que coloca as pessoas em primeiro lugar e que realmente se preocupa com bem-estar delas. Tente ser indulgente e paciente durante o período de crise. Apoie-os para que consigam fazer as mudanças necessárias.
Pessoas extrovertidas sofrem mais com o lockdown ou com as restrições fortes. OS marketeers, particularmente, podem sofrer um forte impacto porque representam a face mais visível da empresa, o primeiro ponto de contato. Ora, assim continua a ser, mas num outro quadro de referência (desafiante, seguramente) para estes profissionais, ao mesmo tempo que os seus clientes estão confusos e a lutar com muitos problemas.
Cabe a cada pessoa desenvolver a melhor técnica para diminuir o stresse. A receita não e universal, cada um deverá encontrar o seu método: meditação, mindfulness, exercícios respiratórios, dar um passeio, contar uma história a alguém para mudar de ideias, etc.
Mais uma dica: trabalhar em casa implica ter câmaras no espaço privado. Não seja intrusivo na vida pessoal dos seus colaboradores. Não comente a foto do casamento, que por acaso ficou visível, a menos que tenha esse nível de confiança.
Uma grande carga de videochamadas pode causar “fadiga do ZOOM” ou “esgotamento do trabalho remoto”. Aqui estão algumas ideias de como combater estas novas doenças: https://www.youtube.com/watch?v=7cj2_ZRhRo4 https://www.youtube.com/watch?v=wcCk6YOvk4g
Finalmente, mas não menos importante, cuide de si próprio. Um líder não deve ser um super-herói. Nenhum líder vivo passou por uma pandemia como o Covid-19. Admita as suas dúvidas perante a sua equipa, convide-os a desenvolver ideias para resolver problemas que não sabe como dissolver. Eles vão entender e até apreciar. Acima de tudo, seja autêntico, uma das características mais importantes num bom líder.
Para marketeers/CMO’s
Esteja Online
As empresas que atualmente não estão online em pelo menos um canal de marketing provavelmente não sobreviverão. Tecnologia e logística inteligente são elementos cruciais para o futuro. O processamento de pedidos quase em tempo real e a alta qualidade do serviço são de extrema importância. As empresas que dominam o “triângulo de ferro” (termo usado por Alibaba) entre (1) apresentar bem e vender online, (2) logística e (3) processamento de pagamentos serão as vencedoras.
Estar online leva seu produto ou serviço para outras geografias. Não se esqueça de tirar o máximo proveito disso.
A internet é uma parte indispensável da nossa vida diária, sendo possível fazer tudo online. Portanto, a regra simples é que tem de estar onde o cliente está. É por isso que a publicidade é cada vez mais deslocada de outros canais para a internet.
Canais
O reforço do marketing “omnicanal” (por exemplo: Youtube, Instagram, Facebook Shop, Twitter, TikTok, Snapchat, WhatsApp, PDVs físicos, Anúncios, ...) é crucial. Os clientes omnicanal têm uma ligação mais emocional com a marca do que os clientes de apenas um canal.
Exemplo: Twilio, https://www.twilio.com/ uma plataforma de comunicação em nuvem para envolvimento do cliente em todos os canais.
Social Media
As redes sociais tornam-se cada vez mais num comércio social. Instagram, Youtube e Facebook Shop são hoje importantes canais de vendas. Estes canais querem ser alimentados com conteúdo efémero, mas sempre autêntico. A publicação da informação deve ser rápida, não espere para torná-la perfeita. E mais importante do que ser perfeito é estar pronto para responder aos comentários. Histórias de outros utilizadores alimentam a relação com o público.
Redes sociais de nicho (como Houseparty.com, Twitch.tv,…) são mais orientadas para um certo público-alvo e os anúncios nelas são mais baratos.
Lembre-se de que as redes sociais não são apenas uma plataforma digital para divulgar informações. Servem e devem ser utilizadoa para interagir com o público. Portanto, as empresas devem disponibilizar aos profissionais de marketing os recursos necessários para que possam responder rapidamente a feedbacks e comentários ou mesmo a reclamações. Os clientes empenhados desejam compartilhar sua opinião com outras pessoas.
Um comentário negativo não é um problema, desde que você seja rápido a responder. O verdadeiro problema é NÃO responder ao cliente.
Seja, antes de tudo, um bom ouvinte. A seguir, a velocidade e a agilidade são importantes. O cliente precisa de ter a certeza de que a sua mensagem chegou a alguém. Isso pode evitar um social media shitstorm que prejudicam a sua empresa.
Não fique frustrado com poucas reações. As redes sociais são uma montanha-russa. Às vezes acerta, às vezes falha. Nunca tome algo pessoal.
Não envolva apenas o cliente. Envolva-se a si próprio. Tenha conversas divertidas com os clientes, dando-lhes feedbacks e partilhando sua paixão pelo produto. Os clientes sentem e respondem positivamente a estes estímulos.
Atentimento do cliente e comunidade
O primeiro passo do atendimento ao cliente é mostrar que se preocupa realmente com ele, e que, ao invés, não corre apenas atrás do seu dinheiro. Pergunte a si mesmo: Como posso ajudar o meu cliente? Como posso fazê-lo (mais) feliz? O que lhe posso dar?
O cliente permanece empenhado na comunidade se tirar valor dela. O conteúdo deve ser real e não apenas um truque para atrair a sua atenção. Coloque-se no lugar dele e questione-se: Fazia um bookmark e voltava a esta comunidade? As pessoas só participam quando acham que é valioso para elas.
Seja consistente com o envolvimento do seu público. Mantenha um certo ritmo de posts (1x semana, 1x dia, dependendo do seu negócio).
Pode ser interessante aumentar a utilização de concept stores e pop-up stores temporários para eventos pontuais de marketing ou para o lançamento de um novo produto (em vez de o fazer em lojas físicas permanentes).
Exemplo: Appear here (UK), https://www.appearhere.co.uk/, Pop Up Shops (CH), https://www.popupshops.com/en
Eventos
Organizar eventos físicos para o envolvimento do cliente tornou-se mais difícil ou até impossível. Prevê-se que, no futuro, haja um aumento de eventos online em plataformas virtuais, como por exemplo: b2match, https://www.b2match.com
Branding
As pessoas perderam a confiança nos média tradicionais e na publicidade. Confiam mais nos seus amigos. O word-of-mouth sempre foi um importante elemento de marketing. No entanto, o facto de as pessoas passarem menos tempo juntas no local de trabalho significa que há menos atividade offline a nível de word-of mouth marketing.
Menos tempo juntos num ambiente descontraído (como uma pausa de café ou um copinho junto após o trabalho), implica menos partilha de histórias sobre as experiências de cada um. Assim, para compensar, uma empresa atualmente deve focar mais em bons mecanismos de word-of-mouth online. Por conseguinte, influenciadores e embaixadores da marca são hoje em dia mais importantes do que nunca.
Se tem um produto de nicho, trabalhe com um micro-influenciador. Embora não tenha um público de milhões, tem aquele que compra o seu produto. Ou então procure um especialista num domínio específico, pois isso poderá ser mais eficaz em termos de vendas do que um influenciador com uma ampla divulgação.
Um fenômeno novo, de crescimento rápido, é a criação de influenciadores artificiais. São fáceis de gerir: disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem honorário, nunca estão doentes, nunca têm problemas pessoais para resolver. Às vezes são tão reais, que o público não percebe que não é um ser humano. Veja o exemplo da avatar digital Lil Miquela (https://www.instagram.com/lilmiquela/), que em final de 2020 é seguida por 2,9 milhões de pessoas. Dois anos após o lançamento no Instagram em 2016, Miquela (criada e operada pela startup Brud, de Los Angeles) teve de confessar que não é um ser humano. Esta confissão surpreendente levou alguns adolescentes perto de tentativas de suicídio.
Outro exemplo é a supermodelo digital negra Shudu Gram: https://www.instagram.com/shudu.gram/, que foi criado pelo fotógrafo inglês Cameron-James Wilson.
O marketing é um impulsionador dos valores da empresa. Marcas sem uma mensagem forte sobre os valores da empresa correm o risco de se tornarem insignificantes. Isto é particularmente aplicável aos clientes jovens que desejam ver suas marcas a investir e a trazer benefícios para a sociedade. Portanto, deve estar muito claro quem é o seu público-alvo. Porque é que eles devem dar atenção à sua empresa? Transmitir essa mensagem criará uma maior fidelidade à marca, mesmo que estes já a conheçam bem: Um bom branding ajuda os clientes a relembrarem-se quais são os valores que a empresa representa. Isso é ainda mais importante em tempos de crise.
Há uma mudança de “cliente de marca” para “cliente de mercado”. O cliente compra principalmente em mercados on-line que são fiáveis e convenientes. Só num segundo passo, irá procurar marcas nesse mesmo mercado.
Exemplo: StockX (www.stockx.com), neste momento a maior bolsa de venda para produtos de marca certificados.
Love brands inspiram pessoas. Obsession brands fazem-nos sentir que precisam da sua empresa. Love brands ligam o afeto das pessoas a uma marca, quase como se sentissem ligados a outras pessoas. Love brands às vezes até são um estímulo para uma mudança pessoal. No entanto, Love brands são lugares onde gosta de se ir de vez em quando. É isso que os profissionais de marketing agressivos desejam criar Obsession brands. Estas são marcas que as pessoas amam tanto que sentem a necessidade de voltar regularmente para se envolverem e a consumirem.
Um fenómeno crescente são vídeos de marketing (em diferentes idiomas) com aparência real, mas com personagens produzidos sinteticamente (avatares digitais). Exemplos: Hour One, https://www.hourone.ai/ ; soul machines https://www.soulmachines.com/
Vídeo
Comportamento do consumidor
O comportamento do consumidor tornou-se mais consciente e mais político do que nunca: quero comprar produtos de uma produção sustentável, sem poluição, sem trabalho infantil. Tudo isso mostra um mind-shift de uma mentalidade consumista para uma mentalidade de cliente consciente. Menos produtos, mas produtos com mais qualidade: o produto deve durar. Quero utilizá-lo durante muito tempo e depois quero reutilizá-lo, consertá-lo e reciclá-lo.
Exemplo: A empresa Tony’s Chocolonley (https://tonyschocolonely.com/int/en) que fez em 5 anos com chocolate (sendo um produto de um mercado altamente saturado), sem nenhuma publicidade (!), uma faturação de aprox. 50M €. Como alcançaram este feito? Com uma forte tomada de posição política: O nosso chocolate é garantidamente livre de qualquer tipo de escravidão ou trabalho infantil. > Trata-se de um marketing word-of-mouth puro, divulgado por ativistas. Ao comprar este produto, o cliente faz praticamente uma declaração política.
Os clientes têm mais poder: são mais difíceis de manipular. Só compram se acreditarem que é autêntico. Querem produtos naturais e de qualidade e exigem total transparência sobre a origem, o produtor e até o método de produção.
Exemplo: rótulos nutricionais para alimentos (como Nutriscore, https://en.wikipedia.org/wiki/Nutri-score), ou a planeada introdução de um novo “rótulo clima” para a indicação da sustentabilidade do produto. https://ec.europa.eu/environment/eussd/smgp/PEFCR_OEFSR_en.htm - https://www.just-food.com/news/germany-should-introduce-mandatory-climate-labels-government-advisors_id144253.aspx
Por meio da digitalização e IA, produtos e serviços tornam-se cada vez mais personalizados. O cliente quer uma oferta feita à medida: um produto que se adapte bem a ele na situação em que está. Isso só pode ser feito com a recolha de dados, o que, levanta questões sensíveis de privacidade e de proteção de dados.
A nova geração de clientes não pretende tornar-se o proprietário do produto. Ele só quer poder usar o produto quando necessita. O aluguer temporário é uma opção válida. Exemplo: Cocoon, https://www.cocoon.club/ (Um serviço para mulheres: Aluguer de malas de qualidade para cada ocasião).
Storytelling
Frequentemente, são os profissionais de marketing que contam a história do fundador, e não o próprio fundador (que poderá ser tímido ou mais introvertido). Por que existe esse negócio? Qual é a sua missão, qual o seu propósito? Que problema resolve? > Partilhe a visão e a paixão com o cliente.
Para Diretores de RH e Formação/CHRO’s
A crise causou a destruição de muitas empresas. Se este é um cenário triste e negativo, por outro lado oferece ao mercado muito talento disponível.
A regra de “hire slowly and fire quickly” continua importante após o período a pandemia.
Encontre talentos que não falem apenas línguas diferentes, mas sobretudo a linguagem da próxima geração, principalmente para fins de liderança e marketing.
Menos empregados fixos, mais pessoas e especialistas “on demand”.
Entrevistas de RH e sessões de E-Learning são cada vez mais produzidos por vídeos usando IA, com avatares digitais com aparência real, mas com personagens produzidas sinteticamente, e em quantos idiomas quiser.
Exemplos: Hour One, https://www.hourone.ai/ ; Soul Machines https://www.soulmachines.com/
Entrevistas IA
Skills do futuro
O Covid-19 evidenciou que o futuro é imprevisível. Portanto, ensinar procedimentos fixos já não será muito útil, uma vez que estes facilmente estarão desatualizados. As regras e os procedimentos que os adultos aprenderam na sua geração muitas vezes não são aplicáveis às gerações futuras. Por conseguinte, o processo de aprendizagem e de recrutamento deve concentrar-se em habilidades com uma importância permanente, identificando padrões mais profundos.
O que precisamos para estar prontos para o futuro e, ainda mais importante: Quais são as habilidades de que os nossos filhos precisarão?
Destacamos as mais importantes:
- Ter bom senso, e., ter confiança nas suas habilidades cognitivas. Inerentemente, significa ter coragem para fazer perguntas quando não se entende algo.
- Ter valores e princípios: ser íntegro, ter caráter, assumir responsabilidades, respeitar os outros e a comunidade e compreender o que realmente importa na vida. Isso permite uma tomada de decisões certas desde o início.
Habilidades básicas:
- Habilidades online: navegação fácil, pesquisa de informações e consciência sobre esferas sensíveis, por exemplo, onde posso revelar que dados?
- Conhecimento/cultura geral: por exemplo, sobre a divisão de poderes numa democracia, os sistemas económicos e ecológicos, etc.
Habilidades de tratamento de informações e resolução de problemas:
- Seleção de informação pertinente por entre uma abundância de dados: Que informações são relevantes e fiáveis, o que é lixo? Capacidade de distinguir notícias reais de notícias falsas (em todos os canais de média).
- Capacidade de aprender rapidamente (por exemplo, novas ferramentas digitais) e de se adaptar a novas situações.
- Compreender estatísticas e avaliar riscos corretamente.
- Capacidade de agir com base no pensamento racional e em critérios objetivos, mantendo os impulsos sob controle.
Habilidades comportamentais:
- Ser pró-ativo e assumir responsabilidades.
- Autoconsciência das suas necessidades, desejos e sentimentos. Honestidade consigo mesmo sobre esses sentimentos.
- Capacidade de enfrentar os factos como são.
- Curiosidade para aprender coisas novas.
- Criatividade para encontrar soluções e desenvolver visões e sonhos.
- Sensibilidade social.
- Aspirar realizar um trabalho com perfeição, tendo a coragem de falhar.
- Resistência ao stresse: Ter a capacidade para desenvolver estratégias para lidar com situações de stresse.
Habilidades práticas:
- Habilidades básicas de sobrevivência: conhecimento de plantas, saber fazer um fogo, etc.
- Habilidades de bricolage/artesanato e jardim: Saber como construir ferramentas e equipamentos básicos. Manutenção da casa. O cultivo dos seus próprios alimentos.
- Habilidades administrativas básicas: Saber priorizar. Manter a gestão da sua casa sob controle.
Habilidades sociais:
- Ser parte ativa de um grupo que deve tomar decisões.
- Realizar e até coordenar o trabalho em equipa. Vontade de cooperar.
- Capacidade de comunicar e explicar ideias, conhecimentos e interesses próprios.
- Capacidade de falar sobre sentimentos e necessidades.
Conclusão: A longo prazo, os generalistas vencem os especialistas. Quanto mais amplas as habilidades e a base de conhecimento, melhor será a capacidade de se adaptar a novas situações. Esta é uma aptidão fundamental num mundo em rápida mudança.
No entanto, ter habilidades para o futuro não significa apenas ser capaz de lidar bem com os cenários de mudança. Significa também ter a capacidade para moldar o futuro. Referimo-nos a muito para além de preparar crianças e jovens para o mercado de trabalho do futuro; falamos de capacitá-los a ajudar a decidir como o mercado de trabalho do futuro deve ser. Essa aptidão não é importante apenas em 2050. Já é importante hoje em dia porque as decisões de agora determinam como o mundo será em 2050.